
Os gatos são animais de estimação muito queridos, mas suas mordidas e arranhões merecem atenção. Diferente de um simples machucado na pele, eles podem transmitir infecções e doenças importantes.
Por que a mordida de gato é perigosa?
A boca dos gatos possui muitas bactérias, que podem penetrar facilmente na pele através da mordida. Como os dentes são finos e afiados, o ferimento pode ser pequeno por fora, mas profundo por dentro — facilitando o desenvolvimento de infecções.
Além das bactérias, existem também alguns vírus e fungos que podem ser transmitidos.
Principais doenças transmitidas por mordidas ou arranhões de gato
- Infecção bacteriana local
- É a complicação mais comum.
- Causa vermelhidão, dor, inchaço e pus na região da mordida.
- Pode evoluir rapidamente para celulite, abscesso e até infecção da corrente sanguínea.
- As infecções bacterianas transmitidas por mordedura de gatos são frequentemente polimicrobianas, envolvendo tanto bactérias aeróbias quanto anaeróbias presentes na microbiota oral felina. Pasteurella multocida é o agente mais prevalente e está associado a quadros de celulite rapidamente progressiva, mas sem se esquecer de Streptococcus spp., Staphylococcus spp como possíveis agentes etiológicos
- Doença da arranhadura do gato (Bartonella henselae)
- Transmitida por arranhões ou mordidas.
- Geralmente causa aumento dos gânglios linfáticos (ínguas), febre e mal-estar.
- Na maioria das vezes é autolimitada, mas pode ser grave em pessoas imunossuprimidas.
- Casos graves, atípicos ou em pacientes imunossuprimidos pode exigir uso de antibióticos (azitromicina, doxiciclina, rifampicina, TMP/SMX) por tempo prolongado, podendo associar corticosteroides em manifestações oculares ou neurológicas.
- Raiva
- Rara em gatos domiciliados e vacinados, mas ainda um risco em áreas onde a doença circula.
- A raiva é letal e exige atenção imediata após qualquer mordida suspeita.
- Em casos de mordedura devemos avaliar as condições do acidente, para indicação de vacina pós exposição, assim como imunoglobulinas/soro quando indicado.
- Tétano
- A bactéria Clostridium tetani pode penetrar através de feridas.
- Pessoas sem vacinação atualizada estão em risco.
- Esporotricose
- O mecanismo de transmissão envolve a inoculação traumática do fungo presente nas lesões do gato diretamente na pele humana
- Os sintomas mais comuns aparecem na pele, geralmente como feridas ou nódulos que podem se espalhar ao longo dos vasos linfáticos, formando uma “linha” de lesões. Em pessoas com baixa imunidade, a doença pode se tornar mais grave e se espalhar para outras partes do corpo.
O que fazer após uma mordida de gato?
- Lave bem a ferida com água corrente e sabão.
- Procure atendimento médico o quanto antes (de preferência em até 24h).
- Avalie com o médico a necessidade de:
- Antibióticoterapia (muitas vezes indicado em mordidas de gato).
- Vacina ou reforço contra tétano.
- Vacina e soro antirrábico, dependendo da situação.
- Antibióticoterapia (muitas vezes indicado em mordidas de gato).
Acompanhamento com infectologista
O infectologista pode avaliar riscos específicos de cada paciente, principalmente em pessoas com:
- Doenças crônicas (diabetes, problemas de fígado ou rins).
- Uso de imunossupressores.
- Idosos.
- Feridas em mãos, face ou articulações, que têm maior risco de complicações.
Além disso, o especialista pode orientar sobre medidas de prevenção, vacinação e acompanhamento de possíveis sequelas.
Como prevenir?
- Mantenha a vacinação do gato em dia.
- Evite brincadeiras que incentivem mordidas e arranhões.
- Nunca ignore uma mordida, mesmo que pareça leve.
Mensagem final
A mordida de gato pode parecer um ferimento simples, mas tem potencial para causar infecções sérias.
Por isso, procure atendimento médico sempre que acontecer. A avaliação rápida pode evitar complicações e garantir o tratamento adequado.
👉 O infectologista tem papel fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento dessas situações.
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