
Com o envelhecimento, o corpo passa por várias mudanças, inclusive no sistema imunológico. Isso significa que, a partir dos 60 anos, é fundamental reforçar a proteção contra doenças que podem trazer complicações graves.
A seguir, respondemos às principais dúvidas sobre vacinação em idosos.
1. Quais vacinas são essenciais para pessoas acima de 60 anos?
Algumas vacinas são consideradas fundamentais nessa faixa etária:
- Influenza (gripe) – aplicada anualmente.
- Pneumocócicas – protegem contra pneumonia e suas complicações.
- dT (dupla adulto – difteria e tétano) – com reforço a cada 10 anos.
- Hepatite B – caso não tenha sido vacinado antes.
- Herpes-zóster – recomendada para prevenir a reativação do vírus causador da catapora, que pode gerar o herpes-zóster.
- Covid-19 – conforme calendário de reforços orientado pelo Ministério da Saúde.
- VSR – vacina para prevenção de Vírus sincicial respiratório
2. Por que o sistema imunológico do idoso exige reforços vacinais?
Com o envelhecimento, ocorre um processo chamado imunossenescência, ou seja, o sistema imunológico fica mais lento e menos eficiente para responder a infecções e vacinas antigas.
Por isso, os reforços vacinais ajudam a manter o corpo protegido contra doenças que podem ser mais graves nessa fase da vida.
3. Quais vacinas ajudam a prevenir pneumonias e complicações respiratórias nessa faixa etária?
Atualmente temos disponíveis algumas opções de vacinas pneumocócicas (conjugadas e polissacarídica). Recentemente, foram disponibilizadas no Brasil, no sistema Privado, duas novas opções: a Pneumo 15 e Pneumo 20, ambas conjugadas que conferem proteção contra um maior número de cepas antipneumocócicas.
Ainda temos disponível no Sistema Público a vacina polissacarídica Pneumo 23, que apesar de sua baixa imunogenicidade, ou seja, trazer uma resposta menos robusta e menos duradoura, pode fazer parte de esquemas vacinais complementares, principalmente se contarmos com estratégias apenas do sistema público de saúde.
Além disso contamos com as vacinas de gripe, Covid-19 e VSR que reduzem muito o risco de pneumonias, internações e complicações respiratórias graves.
4. A vacina contra a herpes-zóster é recomendada para todos os idosos?
Sim, ela é indicada para pessoas com 50 anos ou mais, especialmente acima dos 60.
O herpes-zóster pode causar dor intensa e até complicações neurológicas. A vacina reduz tanto o risco da doença quanto a gravidade dos sintomas.
A vacina atualmente disponível no Brasil é a Shingrix, cujo esquema atualmente contempla 2 doses, com intervalo mínimo de 60 dias entre as doses, e por hora sem previsão de novas doses de reforço.
5. É possível tomar várias vacinas no mesmo dia com segurança?
Sim. Diversas vacinas podem ser aplicadas no mesmo dia, em braços diferentes, sem prejuízo da eficácia ou da segurança.
O médico pode orientar sobre a melhor forma de organizar o calendário vacinal.
6. Como o SUS disponibiliza vacinas para idosos?
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece gratuitamente várias vacinas para idosos:
- Gripe (campanhas anuais).
- Pneumocócicas (em situações específicas e nos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais – CRIE).
- dT (difteria e tétano).
- Hepatite B.
- Covid-19.
Já a vacina contra herpes-zóster, por exemplo, está disponível apenas na rede privada.
7. Idosos com doenças crônicas precisam de cuidados especiais na vacinação?
Sim. Pessoas com diabetes, doenças cardíacas, pulmonares, renais ou imunossupressão devem ter atenção redobrada.
Nesses casos, o infectologista pode avaliar o melhor esquema vacinal e indicar vacinas adicionais nos CRIE ou ainda no sistema privado.
Mensagem final
A vacinação na terceira idade é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças, reduzir internações e aumentar a qualidade de vida.
Manter o cartão de vacinas atualizado é tão importante quanto cuidar da alimentação, da atividade física e do acompanhamento médico.
👉 Se você tem 60 anos ou mais (ou cuida de alguém dessa faixa etária), converse com um infectologista e verifique se todas as vacinas estão em dia.
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