O ar-condicionado faz parte da rotina de muitas casas, escritórios, consultórios e hospitais. Ele traz conforto térmico e melhora a qualidade do ambiente — desde que esteja limpo e bem cuidado.
Por que o ar-condicionado pode causar problemas de saúde?
Filtros sujos, bandejas de água parada, poeira acumulada nas tubulações e falta de circulação de ar criam um ambiente perfeito para fungos, bactérias e ácaros. Esses agentes acabam sendo liberados no ambiente e inalados pelas pessoas, principalmente em locais fechados e sem ventilação natural.
Além disso, o ar frio e seco pode ressecar as mucosas do nariz e garganta, diminuindo a defesa natural contra vírus e bactérias.
Quais doenças podem ser desencadeadas?
As principais condições associadas à má manutenção do ar-condicionado incluem:
- Rinite e sinusite: causadas principalmente pela inalação de ácaros, poeira e fungos acumulados nos filtros do aparelho. Os sintomas mais comuns são espirros, congestão nasal e coceira. Essas sintomas são comumente causados pela exacerbação de quadros alérgicos que podem precipitar infecções sobrepostas.
- Crises de asma ou bronquite: desencadeadas por fungos e partículas irritantes presentes no ar. Os sintomas incluem falta de ar e chiado no peito.
- Pneumonias bacterianas ou fúngicas: podem ocorrer devido à presença de bactérias como Legionella pneumophila ou fungos como Aspergillus spp. que se proliferam em sistemas mal higienizados. Os casos de aspergiloses são mais frequentes em pacientes imunossuprimidos.
Ambientes hospitalares, clínicas, academias, escritórios fechados e veículos com ar-condicionado raramente higienizado podem representar maior risco — especialmente para idosos, crianças, pessoas alérgicas ou imunossuprimidas.
Com que frequência devo fazer a manutenção?
A frequência ideal varia conforme o local e a intensidade de uso:
- Residências: Limpeza dos filtros a cada 30 dias e manutenção completa a cada 6 meses.
- Ambientes comerciais ou com grande circulação de pessoas: Manutenção profissional a cada 3 meses ou conforme determinação das vigilâncias sanitárias locais.
- Hospitais, consultórios e laboratórios: Seguir obrigatoriamente as normas da ANVISA (RDC 50 e RE 09), com monitoramento de qualidade de ar.
Como se proteger?
✔ Limpe os filtros regularmente (nunca somente “sacudir” ou passar pano).
✔ Evite deixar água acumulada nas bandejas ou sistemas de drenagem.
✔ Prefira ambientes com ventilação natural sempre que possível.
✔ Tenha manutenção realizada por empresa especializada.
✔ Para pessoas com doenças respiratórias ou imunossupressão, mantenha acompanhamento com pneumologista ou infectologista.
Conclusão
O ar-condicionado não é um vilão — desde que usado com segurança e responsabilidade. A manutenção preventiva é uma medida de saúde pública, não apenas de conforto. Negligenciá-la pode aumentar o risco de infecções respiratórias evitáveis.
Se você convive com ar-condicionado diariamente e apresenta tosse, irritação nasal recorrente ou quadros respiratórios frequentes, converse com um infectologista. O problema pode estar vindo do ar que você respira.
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