Dra. Clara Buscarini Médica Infectologista em São Paulo

Dra. Clara Buscarini Leutewiler

Como Prevenir Infecções Sexualmente Transmissíveis: Um Guia Direto, Atual e Sem Tabus

A prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) não deveria ser um assunto cercado de vergonha, silêncio ou confusão. 

Por que falar de prevenção ainda importa

Os números de ISTs vêm aumentando no Brasil nos últimos anos e, ao contrário do que muita gente imagina, isso não acontece por falta de tratamento — mas por falta de informação clara e comportamentos preventivos consistentes. Sexo é uma experiência humana, rica e complexa; cuidar da saúde sexual também precisa ser.

Prevenir não significa restringir; significa ampliar a liberdade com segurança.

O papel do preservativo (e por que ele ainda é essencial)

Preservativos — tanto o externo quanto o interno — continuam sendo barreiras eficientes contra ISTs transmitidas por fluidos ou contato direto. Ainda assim, o maior problema não é o método, e sim a forma como as pessoas usam:

  • Colocar errado
  • Romper por falta de lubrificação
  • Não trocar entre diferentes práticas
  • Usar produtos inadequados com látex

O preservativo não é infalível, mas reduz drasticamente o risco, e sua eficácia depende mais do uso correto do que da marca escolhida.

Vacinação: prevenção que muita gente esquece

Quando se fala em prevenção, poucas pessoas lembram que existem vacinas extremamente importantes:

  • Hepatite B (HBV) — disponível gratuitamente
  • HPV — protege contra cânceres e verrugas genitais
  • Hepatite A – disponível gratuitamente para alguns grupos prioritários

Vacinar-se não é apenas autocuidado: é cuidado coletivo.

Exames periódicos: a peça que falta no quebra-cabeça

Prevenção não é só evitar pegar; é evitar transmitir. Muita gente passa anos com uma IST sem saber, simplesmente porque nunca fez um painel completo.

O ideal é realizar testes regulares se você:

  • Tem vida sexual ativa
  • Teve novos parceiros nos últimos meses
  • Teve relação sem preservativo
  • Está iniciando uma relação e deseja começar com transparência

Exames não são só diagnósticos — são ferramentas de responsabilidade.

Hábitos que reduzem riscos no dia a dia sexual

A prevenção também está nos detalhes mais simples:

  • Evitar sexo sob efeito excessivo de álcool ou drogas (onde decisões ficam mais impulsivas)
  • Cuidar da higiene íntima
  • Evitar compartilhamento de toalhas e objetos que possam causar microlesões
  • Conhecer o próprio corpo e observar mudanças

A conversa que poucos têm, mas que resolve quase tudo

Diálogo é a ferramenta mais subestimada da saúde sexual. Perguntar sobre testes, preservativo e histórico não deveria ser visto como invasão — é maturidade.

E existe um benefício emocional óbvio: relações mais seguras tendem a ser relações mais tranquilas e prazerosas.

Conclusão

Prevenir ISTs não é um ato de medo, mas de inteligência emocional, autocuidado e consciência. O cuidado sexual é parte da vida adulta, e quem se informa vive melhor — e se relaciona melhor.

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