Dra. Clara Buscarini Médica Infectologista em São Paulo

Dra. Clara Buscarini Leutewiler

Febre Chikungunya: sintomas, riscos e quando procurar um infectologista

A chikungunya é uma infecção viral transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito da dengue e da zika. Embora muitas pessoas ainda a tratem como uma “virose passageira”, essa doença pode causar dores incapacitantes, inflamação intensa e sintomas que se prolongam por meses — às vezes, anos. Entender como ela funciona, quais sinais merecem atenção e quando buscar um infectologista é fundamental para evitar complicações e acelerar a recuperação.

O que é chikungunya

A chikungunya é causada por um vírus que circula no sangue após a picada de um mosquito infectado. Diferente de outras viroses, ela tem predileção pelas articulações, provocando uma resposta inflamatória muito forte. É essa característica que faz a doença ser associada à dor intensa e dificuldade de movimentação, especialmente nos primeiros dias. Apesar de não ser transmitida diretamente entre pessoas, a doença pode se espalhar rapidamente em regiões com grande presença do mosquito.

Principais sintomas

Os sintomas da chikungunya normalmente aparecem de forma súbita e costumam ser bastante marcantes.
O corpo “acende uma luz vermelha” que é difícil ignorar.

  • Febre alta de início rápido;
  • Dor intensa nas articulações, principalmente mãos, pés, tornozelos e punhos;
  • Inchaço nas articulações afetadas;
  • Manchas vermelhas pelo corpo;
  • Dor muscular generalizada;
  • Cansaço extremo;
  • Dificuldade de movimento devido à sensibilidade.

A característica mais emblemática é a dor articular: muitas pessoas relatam dificuldade para caminhar, segurar objetos simples ou até levantar da cama. E ao contrário de outras viroses, essa dor pode persistir mesmo depois da febre desaparecer, por meses.

Formas mais graves

Embora a maioria dos casos sejam autolimitados, algumas pessoas podem desenvolver formas mais intensas da doença. Isso ocorre quando o sistema imunológico reage de maneira mais agressiva ou quando já existe alguma condição que fragiliza o organismo.

Idosos podem apresentar inflamação prolongada;
Gestantes exigem acompanhamento mais rigoroso;
Pessoas com doenças autoimunes têm maior risco de piora;
Pacientes com artrite prévia podem ter agravamento da dor;

Esses grupos podem apresentar sintomas mais longos, maior inflamação articular e dificuldade de recuperação, o que torna essencial o acompanhamento médico especializado.

Quando procurar um infectologista

Nem sempre é fácil diferenciar chikungunya de outras arboviroses, como dengue e zika, já que os sinais iniciais podem ser parecidos. É aí que o infectologista entra: ele avalia os sintomas, identifica o padrão clínico e solicita os exames direcionados para o manejo clínico adequado.

O infectologista consegue diferenciar fases da doença, orientar medicamentos com segurança e monitorar possíveis complicações inflamatórias.

Diagnóstico

O diagnóstico é uma combinação de avaliação clínica e exames laboratoriais.
Como a chikungunya imita outras infecções, os exames são úteis para confirmar a presença do vírus ou detectar sinais de inflamação.

Dentre os exames que podem ser solicitados no rastreio inicial estão:

  • Sorologia específica para chikungunya;
  • Hemograma;
  • PCR viral, útil principalmente nos primeiros dias;
  • Ultrassonografia ou ressonância em casos de dores articulares prolongadas.

Esses exames ajudam a descartar outras doenças e a guiar o tratamento correto, especialmente em casos persistentes.

Tratamento

Ainda não existe um antiviral específico para chikungunya, mas isso não significa que a doença deva ser negligenciada. O foco do tratamento é reduzir inflamação, aliviar dor e preservar a função articular. 

Passada a fase aguda, alguns pacientes podem entrar numa fase sugaguda/crônica de dores articulares e nesse momento o manejo da dor pode ser primordial para alívio de sintomas, diminuir sequelas e melhorar qualidade de vida.

Prevenção

A melhor forma de prevenir a chikungunya ainda é evitar a proliferação do mosquito transmissor. Como o vírus depende dele para circular, cortar o ciclo é fundamental.

  • Eliminar água parada em vasos, calhas, caixas e recipientes;
  • Tampar caixas d’água;
  • Usar repelente diariamente;
  • Instalar telas de proteção nas janelas;
  • Evitar acúmulo de objetos que possam acumular água.

Em períodos de epidemia, os cuidados precisam ser intensificados.

Por que o infectologista é essencial

A chikungunya não deve ser tratada como uma gripe mais forte. Ela tem um impacto direto nas articulações e na qualidade de vida — e quanto antes houver uma condução médica adequada, menores são as chances de sequelas prolongadas.

O infectologista:

  • Identifica o momento exato da infecção;
  • Diferencia chikungunya de outras doenças semelhantes;
  • Evita uso indevido de medicamentos;
  • Ajuda a controlar dor e inflamação;
  • Acompanha casos crônicos que ultrapassam meses;
  • Previne complicações articulares de longo prazo.

Um acompanhamento bem feito reduz o sofrimento e acelera a recuperação.

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